Vício a qualquer custo: Verdade sobre a Philip Morris International
A PMI gastou milhões de dólares dizendo que deseja alcançar um "mundo sem fumo", mas suas ações contam uma história diferente
A Philip Morris International (PMI) gastou milhões de dólares para dizer ao público que deseja alcançar um “mundo sem fumo”.
Pesquisadores da STOP analisaram essa afirmação e fizeram duas perguntas:
1. As ações da PMI correspondem a sua retórica?
2. Devemos confiar na PMI para reduzir os danos da epidemia de tabagismo que ela causou?
Por meio de nossa extensa pesquisa de informações publicamente disponíveis, dados de analistas do setor e documentos corporativos, concluímos que a PMI está viciando as pessoas em seu produto IQOS porque seu negócio de cigarros está sob ameaça. A sobrevivência da empresa depende de fisgar uma nova geração de usuários, incluindo jovens, em seus produtos.
Uma empresa sob ameaça cria uma nova epidemia para lucrar
As vendas globais de cigarros caíram cerca de 20% na última década, em grande parte graças a políticas eficazes, como impostos sobre o tabaco e proibições de marketing. Nossa análise mostra que a PMI lançou o IQOS em mercados onde as pessoas já fumavam menos e onde as regulamentações eram mais fortes.
A estratégia de marketing e preços da PMI para o IQOS parece estar mais voltada para o estabelecimento de uma marca aspiracional do que para encorajar os fumantes a parar de fumar. Na verdade, a PMI continua fazendo todo o possível para vender o máximo de cigarros que conseguir.
Um portfólio de produtos viciante em todos os países é uma receita para lucros no longo prazo, não para saúde no longo prazo.
Documentos da PMI vazados em 2014 revelam a verdade sobre a visão antifumo da PMI: Os “produtos de risco reduzido” são vistos como essenciais para “impulsionar o crescimento futuro”, “normalizar” a imagem da empresa e permitir a ela moldar a regulamentação de acordo com seu próprio interesse.
O dinheiro é a ÚNICA motivavação, não a saúde
O que a PMI diz não corresponde ao que está fazendo
Um documento interno da Philip Morris de 1981 afirmava: “O adolescente de hoje é o cliente potencial de amanhã.” Essa atitude persiste: A PMI depende de novos consumidores jovens para sobreviver. E faz isso. As evidências confirmam que a PMI continua mirando os jovens com seus cigarros, por exemplo, comercializando-os em eventos voltados para jovens, como festivais de música. E a PMI tem recrutado jovens de até 19 anos para promover o IQOS.
Até novembro de 2019, o IQOS havia sido lançado em países onde o fumo está diminuindo e a regulamentação é mais forte.
Enquanto isso, a PMI continua perpetuando a epidemia de tabaco que já causou. Longe de abandonar os cigarros, investiu em novas marcas de cigarros; comprou novos negócios de cigarros; estabeleceu novos negócios de manufatura; desafiou a regulamentação eficaz; e deliberadamente prejudicou o primeiro tratado global do mundo sobre saúde, a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da OMS.
Em 2018, a PMI vendeu 740 bilhões de cigarros em todo o mundo e garantiu aos investidores que continua “comprometida em manter uma participação de liderança na categoria internacional de cigarros”.
A indústria do tabaco usa a “redução de danos” para aumentar as vendas e melhorar sua imagem
Sempre que as empresas de tabaco enfrentaram uma grande ameaça, elas lançaram novos produtos prometendo que seriam menos prejudiciais. Elas usam esses produtos para proteger suas vendas e se posicionar como parte da solução e se reconectar com os legisladores. Em última instância, elas apenas minaram o progresso enquanto forneciam à indústria uma nova maneira de ganhar dinheiro.
Décadas de 1950 – 1970
Pontas de filtro e “cigarros light”
Décadas de 1970 – 2000
Tabaco sem fumaça e snus dividido em partes
Anos 2000 – Atual
Cigarros eletrônicos
O IQOS havia sido lançado em países onde o fumo está diminuindo e a regulamentação é mais forte.
Grupo de Frente da PMI para confundir consumidores e legisladores
A Foundation for a Smoke-Free World afirma ser um órgão científico independente e transparente. Na realidade, a Fundação depende totalmente do financiamento da PMI. Nossas pesquisas explicam como as atividades da Fundação parecem ser coordenadas com a PMI. Concluímos que ela está operando efetivamente como um braço de relações públicas e lobby da empresa de tabaco.
A análise da STOP é de que a Fundação falhou em sua busca por legitimidade e influência.
- A PMI continua sendo sua única financiadora.
- Muitos pesquisadores confiáveis recusaram financiamento.
- Publicações confiáveis rejeitaram suas pesquisas.
- A Ogilvy, sua agência de publicidade, anunciou que não trabalha mais com a Fundação “para evitar qualquer conflito com seus clientes de saúde”.
- A rotatividade da equipe é alta
- Eventos foram cancelados por falta de interesse
- Apesar de investir milhões de dólares em RP, a cobertura da mídia é amplamente cética.
De maneira crítica, a OMS e centenas de especialistas em saúde pública global declararam que não trabalharão com a Fundação.
Concluímos que a PMI está perseguindo o vício a qualquer custo e seu objetivo de lucro é incompatível com a saúde.
A STOP recomenda que:
- Legisladores excluam a indústria do tabaco e as pesquisas financiadas ou vinculadas ao tabaco das discussões sobre políticas de controle do tabaco e produtos alternativos
- Defensores e a comunidade de saúde pública continuem responsabilizando a indústria
- Consumidores não apoiem uma empresa que constrói um portfólio de produtos letais e viciantes enquanto combate esforços de redução do tabagismo
- Jornalistas questionem a discrepância entre as alegações da PMI e seu comportamento real
- Universidades rejeitem o financiamento de todas as empresas de tabaco e suas aliadas, como o grupo de frente da PMI, a Foundation for a Smoke-Free World
- Publicações de pesquisa se recusem a publicar pesquisas financiadas por empresas de tabaco e suas aliadas